terça-feira, 29 de abril de 2008

Um vôo para o Céu

Parece que as últimas manchetes de jornais do Brasil não tem tido mais nada para noticiar a não ser tragédias pessoais. Seja o Caso Isabela, ou a dengue, tudo gira em torno de um único pensamento: levar aos leitores e telespectadores informação com qualidade e em todos os ângulos da notícia. Recentemente todos paramos para ver as incansáveis buscas pelo padre Adelir de Carli que, desapareceu no domingo (20 de abril). Ele desapareceu durante um vôo com balões de gás coloridos em Paranaguá, interior do Paraná. O objetivo dele era chegar ao oeste do estado, porém o vento forte o conduziu para o litoral de Santa Catarina.Esse caso triste deixa um alerta: até onde a igreja (sacerdotes e religiosos), pode participar de situações como esta, como se fosse um simples aventureiro? Padre Adelir sabia dos perigos que corria ao praticar essa aventura, segundo a Agência Nacional de Avião Civil (ANAC), ele não tinha permissão para realizar o vôo e muito menos condições físicas e teóricas.É complicado falar sobre isso, mas é necessário, durante o inicio dessa década a Igreja Católica e as Evangélicas tem participado cada vez mais da vida de suas respectivas comunidades, mas isso não quer dizer que tudo vale nessa relação. Os religiosos precisam entender que existem maneiras menos perigosas de garantir credibilidade e respeito de seus fiéis, na Amazônia, por exemplo, bispos e padres estão ameaçados de morte por defenderem cegamente a manutenção de certos padrões de subdesenvolvimento. Lá é uma situação de responsabilidade da justiça que, infelizmente não é divina. Cuidar do rebanho é uma das tarefas dessas pessoas que dedicam sua vida a levar a palavra de Deus aos mais longínquos lugares, mas é preciso que os superiores deles, em especial na Igreja Católica, cobrem uma postura mais digna e séria, afinal se cada padre resolver subir aos céus por conta própria um verdadeiro congestionamento tomará conta do espaço aéreo mundial.Lugar de padre é na igreja!

Por Fábio Barbosa

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Batia No Peito

O ser humano tem uma coisa de engraçada: tenta compensar os seus fracassos ao compará-los com os dos outros. Com o brasileiro não seria diferente: Sempre se batia no peito, um orgulho estampado na face, pelo fato de o Brasil ser um país “maravilhoso”, apesar de seus inúmeros problemas como: corrupção, violência, miséria, analfabetismo, entre outros. Como assim um país “maravilhoso”?:

Pelo simples fato de não haver furacões, terremotos, maremotos, vulcões e outros fenômenos trágicos da natureza e/ou políticos-sociais como terrorismo. Isso era a marca do brasileiro: uma “Terra Abençoada”. Batia-se no peito por isso. Não sei, não! Tudo isso já está mudando: o Brasil já tem furacões, ou se você preferir, ventos fortes que destroem tudo ao seu caminho (se não quiser admitir que estes problemas já existem aqui). Tem tremores de terra, que agora podem ser chamados realmente por terremotos, pois 5,2 graus na escala Richter não é qualquer coisa, não.

É um jeito covarde, ficar comparando os problemas de um povo com o de outro. Cada qual tem aquilo que melhor consegue lidar. Tem países que estão sempre acontecendo fenômenos naturais arrasadores, e logo sua gente está de pé para continuar o seu cotidiano, como se nada tivesse acontecido.

Percebe-se que não se pode ficar vangloriando de que a natureza abençoa mais este lugar do que outro, pois ela é imprevisível, e só está manifestando os estragos feitos pelo próprio homem. Melhor nem bater no peito por não ter isso ou aquilo, pois do jeito em que o mundo está hoje, não é impossível que outros problemas políticos-sociais, econômicos, ambientais cheguem até aqui. Não que eu esteja agourando para isso, no entanto, é preciso reconhecer que nada é impossível, do mesmo modo em que se acreditava jamais ter um terremoto, por causa das coisas que a TV nos diz sobre o Brasil estar protegido por estar no centro das placas tectônicas. Se isso é verdade, como se deve o fato de o país ter sido vítima recente de um fenômeno assim? Pelo amor de Deus, só não me diga que é o fim do mundo!

Ninguém está imune a nada: nem a problemas econômicos-sociais, nem aos políticos, tampouco os de origem natural. Orgulhe-se das coisas boas que se tem, sem depender de um fracasso alheio, para acreditar-se como superior, ou melhor, que outro. Se determinados acontecimentos não chegaram aqui, ótimo. Se chegarem, é preciso lidar com eles, e mais do que isso, solucioná-lo, através das experiências que outros têm por já terem passado pelos mesmos problemas.

Se for analisar bem, cada povo se compara com os demais, e ao mesmo tempo, agradece por não ter os mesmos problemas que os nossos: muitos com certeza, devem se sentir abençoados ou felizardos por não ter corrupção em seu país, pelo menos como se tem no Brasil, assim, como em seu país não existe crise educacional, nem altas taxas de mortalidade, tampouco violência, como se enfrenta aqui nessa guerra diária, e que infelizmente já é vista com normalidade entre as pessoas.

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DIEGO FRANCISCO

terça-feira, 22 de abril de 2008

Terra do Nunca

Por: Suely Vieira


Uma criança linda e com uma projeção de um futuro brilhante teve sua trajetória de vida interrompida, violentamente. O caso Isabela comove a nação.
Essa comoção que tomou conta de todos e que passou a ser amplamente explorada pela imprensa brasileira, emblema a hipocrisia de uma sociedade inteira, que estaria sedenta por justiça, quando sabemos, TODOS sabem, da degradação vivida por nossas crianças no Brasil.
Seja nos grandes centros ou nos interiores do país, a infância é vítima diária da violência social, a mais hedionda de todas. Que é imposta por nós, enquanto sociedade, e que as empurram para todo tipo de sorte, como: prostituição, o uso ou comércio de drogas, a mão-de-obra barata e escrava, ao abandono, a delinqüência, e muitas a morte.
Está as vistas de todos essa aquarela. Num sinal, pelas ruas, estradas, madrugadas, elas nos pedem que as comprem.
E quase ninguém se choca mais com isso, este quadro não vende.
Mas quando uma criança branca, de classe média e de família aparentemente harmoniosa é assassinada, enxergamos: "Não, isso não é normal!"; "Não é aceitável tamanha monstruosidade!".
Para as Outras, as sem rostos, sem nomes, sem futuro, estamos vendados tal qual a justiça que as oferecemos.

Foto: Infância


sábado, 19 de abril de 2008

Doutor Qualquer Coisa

Se há uma palavra que realmente eu acho engraçada é essa: “doutor”. O Aurélio me traz as seguintes definições para esta palavra tão simples: “sm. 1. O que se formou numa universidade e recebeu a mais alta graduação desta após haver defendido tese. 2. O que se diplomou numa universidade. 3. Médico.” Já com Luft eu tenho o seguinte: “adj. e sm. 1. Indivíduo formado em faculdade e que defendeu teste. 2.(p. ext.) Bacharel, espec. em medicina ou direito. 3. (pop.) Indivíduo muito entendido no assunto.” Até aí eu entendi, não tenho nenhum problema quanto às definições dadas por estes dois ilustres dicionários, porém o meu questionamento é outro.

Até onde eu sei, doutor, ou simplesmente “Dr.” é o tratamento que damos a um médico ou um advogado, mas também é o termo em que usamos para classificar alguém que fez o doutorado em uma faculdade, e não simplesmente qualquer coisinha que tenha um 3° grau e já se acha muito por isso, pois se fosse assim, qualquer universitário seria doutor. Mas bem, essa não é a lógica. Pois, o que eu acho mais engraçado, para não dizer absurdo, é o modo como essa palavra “doutor” tem diferentes significados ou conotações.

Existem pessoas que fazem questão de serem chamadas por doutor, não sei se é por se acharem mais que os demais (tudo bem, se realmente tiver o título, deve ser respeitado como tal, mas tudo é a maneira como se pede isso aos demais). É muito comum isso no funcionalismo público, quando várias pessoas (sem generalizar) fazem uma questão enorme em serem chamadas como tal, não sei ainda a verdadeira razão disso. Quem trabalha em call center sabe muito bem do que estou falando: de vez em quando liga uns clientes metidos, e quando o atendente se refere aos mesmos como senhor ou senhora, o assinante, já com um tom mais de imposição se intitula como doutor fulano ou beltrano. Como é o que o atendente vai saber se o indivíduo é ou não um doutor? Aliás, ninguém nasce com esse título. Isso se conquista durante a vida. Sinceramente, gostaria de saber se essas grandes empresas tem alguma parte em seu cadastro, no qual possam colocar tais observações, como por exemplo “cliente fresco: o mesmo deseja ser chamado como doutor.”

É lógico que o indivíduo merece ser chamado como tal, no entanto, os outros não são obrigados a saber, se não são seus clientes ou pacientes. Pra dizer a verdade, o ser humano é senhor (Sr.) ou senhora (Sra.), e isso ninguém pode tirar esse tratamento. Às vezes fico pensando se determinados indivíduos foram pobres demais na infância e hoje querem provar a si próprios que conseguiram ser algo e sair da merda na qual viviam. O fato de não ser chamado por doutor não é nenhum desrespeito, apenas falta de consciência de algumas pessoas.

Só que infelizmente, essa palavra não é mais utilizada apenas para pessoas que chegaram a um estágio supremo do terceiro grau, mas para qualquer um que possa estar usando um terninho com uma gravata e um par de sapatos sociais. Vejo muito isso: pessoas chamando outras por doutor pelas roupas que usam, mas lamento dizer que roupa não compra diploma, e se fosse assim, todo crente seria um doutor, pois geralmente andam bem-vestidos como tal apresento neste parágrafo.

É fácil, você leitor entende aonde quero chegar, pois hoje em dia, qualquer coisa é doutor, basta ter um diploma de nível superior ou não ter cara de pobre, que logo será tratado desse modo.

Às vezes, o pessoal brinca comigo e me chama por Dr. Diego, então eu lhes digo que ainda está muito longe, até porque eu sei que para eu merecer tal título não basta ficar no bacharel, é preciso muito mais do que isso, e pra chegar lá não é fácil, todo mundo sabe disso. Mas, antes de ser chamado por Dr. Diego, preciso ser o Dr. Humildade, pois respeito se conquista ao longo de sua vida, e não é o fato de me chamarem ou não assim, que estarei sendo desqualificado como ser humano, pois um verdadeiro doutor não está nas roupas que usa ou no diploma que carrega, mas no que realmente sabe e representa profissionalmente e socialmente. E, você, já passou por alguma situação dessa, na qual era praticamente obrigado a chamar alguém por doutor?

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DIEGO FRANCISCO
mundodimais@gmail.com

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O Sovaco de Irene



Irene, sambista, carioca, mãe solteira, perdeu dois maridos para a branquinha. Toma duas condições lotadas para ir de sua casa em Curicica para o trabalho de diarista em Laranjeiras e reza para que playboys não a espanquem no ponto de ônibus.
Foi numa quarta-feira de jogo no maracanã que encontrou com Kadu, um jovem universitário herdeiro de uma irmã insana viciada em Yoga e de um apartamento conjugado cheio de dívidas. O primeiro encontro deles foi tumultuado porque deu-se em meio ao corre-corre para sentar que inferniza, todos os dias, a vida dos usuários do metrô. O odor dos sovacos de Irene estendidos extasiava o rapaz tanto quanto as “balinhas” que consumia nas chopadas da universidade. A diarista brejeira percebia a animação do rapaz ao olhar suas axilas e logo recordava seu tempo de meninice quando se podia ir e vir sem se preocupar com achadas balas - perdidas. Tempo no qual a vida havia preço maior do que cinco reais.
Quanto mais tentava desviar o pensamento, mas visível ficava a "animação" de Kadu que a essa altura já segurava a mochila a sua frente evitando o contato direto com Irene. O moço tentava distrair-se lembrando da morte da cachorra da sogra do vizinho que teve dengue; ressentindo a raiva do bandido que lhe roubara o celular e treze reais e noventa e cinco centavos no sábado de carnaval. Suava, como suava! E o encantador sovaco de Irene o deixava cada vez mais atraído. Chegou a pensar que era efeito de feitiço e que deveria, o mais rápido possível, recorrer ao bispo Afonso quem lhe curaria de tal magia. Ou ao menos poderia contribuir com parte da próspera arrecadação dos últimos meses que também seria bem-vinda. Mas como quem espanta uma mosca varejeira, sacudiu a cabeça para que dos pensamentos se livrasse.
Irene que estava mais sem–graça do que novela mexicana alcançou um caderno desses jornais de alta circulação mas de pouco prestígio e começou a tentativa de lê-lo e evitar o assédio do rapaz que não podia desviar de seu “mata-leão” o olhar hipnotizado. Na capa, via-se o sofrimento da família de gringos italianos que lamentavam o corpo do filho estendido na Atlântica, no segundo caderno estava a tabela do campeonato brasileiro, em destaque a melancia...
O calor que emanava da axila de Irene fazia o mancebo recordar do calor que passava dentro da sala de aula da escola pública que estudara, onde também faltava verba para merenda, verba para manutenção dos ventiladores, faltava verba!
O duelo cravado entre Kadu e o moço que agora estava face-to-face com o sovaco de Irene e que iria estar descendo na estação carioca - pois trabalhava na tel&com - era tão intenso como as infindáveis batalhas partidárias de Brasília – que somente afundam o país. Kadu não agüentava a idéia de estar longe de pérolas tão suáveis e com cheiro de “Minâncora”.
E, somente quando já beirava à loucura, o jovem universitário, como num está-lo, libertou-se da sedução sovacal de Irene. Foi quando avistou os bíceps esculpidos de Pedro Inácio:


Imagem: bp2.blogger.com/.../s320/vento+de+paixão.JPG

terça-feira, 8 de abril de 2008

TV Dengue



A cidade do Rio de Janeiro passa por momentos difíceis por causa da epidemia de dengue. Durante esse o mês de março a doença castigou a cidade com inúmeros casos e óbitos. O governo tanto estadual, quanto municipal tem se acusado multualmente para tentar chegar a um culpado pela proliferação da doença na cidade, porém a briga política nada tem resultado e a imprensa tem realizado o papel de fiscalização dos focos e de combate à doença.
A Rede GLOBO, é o caso mais evidente disso, através de seus telejornais locais (Bom dia Rio, RJTV 1 e RJTV 2), tem se posicionado criticamente em relação ao atendimento médico, a falta de profissionais especializados, e ainda, em denunciar os terrenos baldios onde existem focos do mosquito Aedes aegypti. Em seu site, por exemplo, o RJ TV explica os sintomas, tratamento, onde procurar atendimento, como ocorre a transmissão, proteção, como denunciar e ainda oferece uma lista de link’s onde o leitor pode saber mais sobre a doença (http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL256228-9097,00.html).
Já a Rede Record, com o Balanço Geral, tem mostrado as vitimas da epidemia. Na verdade Vagner Montes, apresentador do programa, vem realizando um verdadeiro vendaval de vitimas na televisão. Não bastasse a dor que a pessoas sentem ao perder um ente querido, o jornalismo da Record-Rio, mostra as lágrimas, a dor, e a revolta dos parentes mais próximos das vitimas. A cobertura da doença na cidade do Rio de Janeiro tem sido alvo de reconhecimento pela população, ora pelo conteúdo significante das reportagens e também pelo excesso de lição médica nos jornalísticos locais.
Todos sabemos que, a dengue, é responsabilidade de todos, mas determinadas situação que envolvem o risco de contaminação da doença, como terrenos baldios, água parada e atendimentos nos postos de saúde, são de competência governamental e, parece que nem o estado e nem o município querem assumir isso. Aí a TV tem de tomar o lugar do estado e se tornar a defensora da população. Não que isso seja uma novidade, mas em um caso tão complicado, como esse, determinadas coberturas parecem mais envolventes do que as outras, seja pela forma como é tratado o assunto, ou pela demonstração excessiva (quase 40 minutos), em um único telejornal. Enquanto os comunicadores não perceberem que, conscientização se faz na prática e não na teoria, a dengue será uma constante diária na vida daqueles que ainda assistem telejornal na esperança de ficar informado. Afinal a epidemia de dengue no Rio, não acabou com as mortes nas favelas, com os desabamentos nas fortes chuvas, com o trânsito ruim da cidade, com falta de médicos nos hospitais, buracos em avenidas, viagens do prefeito, acusações do governador, promessas do governos federal...

Por Fábio Barbosa

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sábado, 5 de abril de 2008

Miséria é Sinal de Riqueza

Ah, essa eu não posso deixar de contar! Estava eu, sexta-feira (28/03/2008) no Centro resolvendo uns probleminhas, daí, parei numa lanchonete para comprar um salgado. Também, estava cheio de fome. “Pandora gritava” (Pandora é o meu bichinho de estimação. Rsrsrs). Pedi um salgado e um refrigerante. Também pedi à atendente, que me arranjasse ketchup, porque não tem graça comer salgado sem isso, então eu escuto a seguinte frase: “desculpe senhor, não temos ketchup”. Perguntei: “mas como não tem ketchup?” Isso mesmo senhor, não temos ketchup. A casa não oferece mais ketchup aos clientes.” Respondeu a atendente. Já revoltado com o que a atendente tinha acabado de me dizer, insisti: “mas como? São todas as lojas da rede ou somente esta?” Ela, simplesmente, com seu jeito de falar sem graça, me disse que não sabia informar. Até agora, não sei dizer se o modo como me dizia o que perguntava, se era para tentar ser agradável com o cliente ou se por vergonha de estar trabalhando em um lugarzinho tão miserável que sequer tinha condições de oferecer um sachê de ketchup ao cliente, para que o seu lanche não ficasse tão sem graça. Reclamei, mas foi em vão.

Enfim, minha raiva foi tanta, que eu comi em poucos minutos, tomei um refrigerante horroroso: acho que eles o diluíram mais que o normal, para render mais, pois não senti gosto. Nem água é tão insípida daquele jeito. Depois, só pensei numa coisa, ligar para a central de atendimento da rede e formalizar uma reclamação, mas também pensei em divulgar isso num jornal, inclusive colocando o nome da casa. Como o meu tempo é pouco e eu não estava a fim de esquentar a minha cabeça naquele momento, já atrasado para aula e cheio de coisas a resolver, acabei deixando de lado esta situação. Mas, isso não significa que minha raiva acabou, aliás, até hoje, guardo a nota fiscal comigo.

Fatos como o meu, ocorrem o tempo todo, mas infelizmente as pessoas não fazem nada para mudar isso. Geralmente, quando vou a diversas lanchonetes (sem generalizar, mas quase), das mais baratas com aqueles pastéis a R$ 1,00 até as mais caras, com lanches podendo chegar a R$ 20,00, peço que me arranjem algum ketchup, aí o atendente me dá apenas um ou quando a gente o trata bem no caixa, dá dois. Mas, quando peço mais, tentam nos enrolar, porque não podem dar. Querem nos limitar a consumir pelo que pagamos. Pode uma coisa dessas? Quando você pede mais ketchup ou mostarda, por exemplo, eles disfarçam, olham para os lados, para ver se o gerente não está olhando, pois se tentarem agradar ao cliente, podem levar depois o maior esporro. Acho que eles devem pensar que a gente está pedindo para levar para casa o que sobrar. E, mesmo que fosse, também pagamos por isso.

O pior é que essa mendigaria não fica apenas no ketchup, também no guardanapo. Eu, por exemplo, quando compro algum lanche, peço mais guardanapo, ou porque o lanche está muito quente, ou porque pode sujar a minha roupa, mas quando faço isso, me olham com uma cara, que Deus me perdoe! Finjo que não é nem comigo e continuo insistindo, mesmo quando o atendente mal-educadamente diz que o que ele havia me dado já era suficiente. Até parece que eles ou a loja estão nos fazendo um favor. É ao contrário. Será que ninguém ainda percebeu isso? Sem contar que, às vezes a raiva deles por você ter insistido ou da gerencia por algum motivo que não sei dizer, resolvem descontar isso em você, consumidor - que só deseja apenas fazer um bom lanche para continuar a sua rotina tão estressante - , dizendo que não tem o que você pede naquele momento. Tenho uma raiva disso! A gente não está comendo de graça não. Pagamos muito caro para isso, e merecemos ser tratado com respeito. Aliás, acho que deveria ser implantado de alguma forma, que quando a loja não tivesse guardanapo ou ketchup, por exemplo (é até ridículo dizer isso), que fosse fixado um cartaz informando ao cliente, e não fazê-lo de otário depois de já ter pago. Será que existe algum artigo na Lei dos Direitos do Consumidor que fale sobre um mal-atendimento ou um mal-oferecimento de um produto ao cliente? Pois, estamos sendo enganados.

Acredito eu, que isso não aconteça só comigo, mas com você também. Ou talvez, você diga que isso nunca tenha lhe acontecido, porque sempre ganhou mais ketchup ou maionese, ou seja lá o que for que tenha pedido. Mas, infelizmente, somos distraídos: pedimos coisas e não prestamos totalmente atenção nelas ou ao nosso redor, por estarmos numa fila conversando com alguém. Mas, se você se utilizar seu senso crítico, perceberá o que estou lhe dizendo.

O ser humano costuma a ter esse conceito de que miséria significa pobreza, inclusive eu. Com o tempo, fui aprendendo que é ao contrário, pois quanto mais um indivíduo tem, mais ele quer, e só o consegue se economizar, mesmo que ponha em risco à qualidade e a satisfação do cliente, por achar que o seu produto ainda é muito barato. Lamentavelmente, se vive como pobre para ser rico amanhã. No entanto, só posso te dizer que não é a primeira vez que casos como esses me acontecem. Porém, apenas agora que eu resolvi contar isso, pois estou de “saco cheio” dessa situação, e espero não precisar mandar uma dessas histórias para um jornal.

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DIEGO FRANCISCO
mundodimais@gmail.com

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Onde ele está?






Por onde anda nosso Alcaide? Alguém sabe? Alguém viu?
O que sabemos ao certo é que a desordem continua, que o barco da administração pública está à deriva e que o Capitão largou de mão o timão, deixando sua tripulação a ver navios e a contabilizar os náufragos da dengue.
Ele defende sua nau administrativa dizendo que a culpa é do Almirante da frota da saúde nacional ou do Comandante do Estado-Maior, que não teriam liberado verbas para a prevenção da epidemia - prevista desde 2006, como as anteriores - e que agora assola a cidade. Mas não explica o que fez com a verba de R$ 18 milhões que o Ministério da Saúde destinou, em 2006, para que a prefeitura do Rio aplicasse em vigilância sanitária.
Logo ele, "um dos melhores administradores do Brasil", que sonha com o Estado-Maior, se exime da responsabilidade das mortes por dengue ocorridas na cidade neste ano e culpa outros para camuflar sua incompetência de gerir a crise epidêmica, de mais de 43 mil casos de dengue, onde 54 óbitos foram confirmados.
Dizem que está escondido em sua "cabine", de onde dá dicas, por e-mail, a sua tripulação de como se prevenir da picada do Aedes aegypti: “Usem repelente!”; “Eu só uso agasalho e calça comprida!”
Como assim?! Até o dia 25/03, pelo menos 37 casos de dengue já haviam sido registrados entre os agentes comunitários, onde os mesmos alegam não estarem recebendo os itens de proteção individual, como o repelente, da prefeitura.
Em resposta por e-mail, o Prefeito Maluquinho, como também é conhecido, teria dito que os repelentes são destribuídos dependendo das condições do local, como locais com larvas e água parada... Mas eu pergunto, se tiver mosquito que problema há?
Ele teria dito ainda que "A dengue existe há mais de 100 anos, e o Brasil conviverá com a doença até que você tenha uma situação urbana de assepsia total, ou se o Brasil se tornar um país de clima temperado.” Como a França?
Seria bom se ele, a quem foi dada a patente de Capitão, pelos mesmos que agora sofrem com a doença, retome o comando da embarcação pública volte a adminstrar, que é o que se espera de quem está no seu posto, pois a maré não está boa.
Eh! A cidade está às moscas e só nos resta mesmo pedir a proteção dos Orixás!


Imagem:Wally


Por Suely Vieira